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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Serra de Sintra - Peninha (Sintra Mountain - Peninha)

Existe na Serra de Sintra um local mágico que, até ao Domingo passado, não conheciamos.  Estamos a falar da zona do Santuário da Peninha, um dos pontos mais altos da serra.
Há já algum tempo que estávamos a pensar fazer um dos percursos a pé que o SAL (http://www.sal.pt/)  tem desde a Malveira da Serra, mas o tempo chuvoso de Novembro tem-nos feito ficar em casa. No entanto, mal surgiram umas abertas, saímos em direcção ao IC19, em vez de nos irmos meter num centro comercial qualquer.

There is a magic place in Sintra Mountain we didn't know until last Sunday. We are talking about Peninha Sanctuary area, one of the highest piks in the mountain. 
Some time ago we were thinking to go for a walk with SAL /(http://www.sal.pt/), starting from Malveira da Serra, but November rainy weather hasn´t been the ideal one.  



Uma das formas de chegar à Peninha é seguir pela estrada N9, que vai de Sintra para Cascais, e antes do autódromo, virar para a Malveira da Serra. Pouco antes de entrar nesta povoação, viramos à direita por uma estrada estreita (mas asfaltada) que se embrenha na densa floresta que se cobre as encostas da serra.



A floresta é particularmente densa e, por incrível que pareça, são poucos os eucaliptos. Há, sobretudo,  pinheiros, mas também carvalhos, sobreiros e acácias.



A estreita estrada leva-nos cada vez mais para dentro da floresta. Mais à frente há uma bifurcação. Para a direita vamos dar a Sintra e ao Castelo dos Mouros. Para a esquerda, temos a Peninha. Nesta zona, parece que estamos numa floresta de duendes.



Antes da subida a pé para a Peninha, há um parque de merendas muito bem tratado e um pequeno largo para  estacionar o carro. Depois, é fazer uma pequena caminhada por um caminho relativamente íngreme, e voilá: temos uma das panorâmicas mais espectaculares da zona de Lisboa.



O Santuário da Peninha situa-se a 486 metros de altitude. O que se vê na imagem não é o Santuário, mas sim o palacete romântico-revivalista mandado construir pelo rico António Carvalho Monteiro em 1918, de gosto duvidoso. A Capela de Nossa da Conceição está por trás.


A vista é de perder o folêgo. Lá ao fundo avista-se o cabo da Roca, a ponta mais ocidental do Continente Europeu. A panorâmica vai desde o cabo Carvoeiro em Peniche até ao Guincho e, para Sul, a Serra da Arrábida e o cabo Espichel, ou seja, estamos a falar de uma distância superior a 100 quilómetros em linha recta.



Tivémos alguma sorte com o tempo, pois este estava bastante instável. Para sudoeste temos a praia do Guincho e a zona do Parque Natural Sintra-Cascais que é cobiçada pela especulação imobiliária. O sul do parque é muito menos arborizado e está muito mais exposto ao vento. Mas tem a sua beleza.



Como não podia deixar de ser, pudémos apreciar um fim de dia muito bonito.


O pior mesmo foi o frio da ventania gelada que se apanha nas encostas nuas voltadas para oeste. Já há muito tempo que não sentiamos tanto frio.



Nesta foto podemos apreciar o conjunto do Santuário da Peninha. No cimo está a Capela da Nossa Senhora da Conceição que data do século VII. Há várias outras construções que estão a ser recuperadas pelo Parque Sintra-Cascais, que é dono dos 62 hectares à volta da Peninha.


O problema dos dias de Inverno é que são muito curtos. Às cinco da tarde já é noite. Mesmo assim, ainda deu tempo para olhar de relance as enormes rochas de granito que abundam pela Serra. Estes dois "calhaus" estão junto ao parque de merendas. Mas há imensas espalhadas pela floresta.



A panorâmica para sul permite-nos avistar o Tejo, a Margem Sul com a Arrábida ao fundo, Cascais e o Guincho. Fabuloso. Vale mesmo a pena o "esforço" de subir a Serra para descansar os olhos.

domingo, 22 de novembro de 2009

Segóvia



Depois de Coca, o objectivo era visitar Segóvia. A cidade é património mundial da Humanidade. É famosa pelo aqueduto romano, pela Catedral de Santa Maria e pelo Alcázar, entre outros monumentos.



O aqueduto romano é imponente. É a obra de engenharia romana mais importante de Espanha. Data do século I ou II AC.



Foi construído com blocos de granito que não estão ligados por qualquer tipo de argamassa. Tem 818 metros de comprimento, 170 arcos e atinge a altura de 29 metros na praça de Azoguejo.



O Alcázar de Segóvia é o palácio real, que data do século XII. Está construído no cimo de um rochedo entre os rios Eresma e Clamores. Alberga o museu do Colégio Real de Artilharia.



No interior do palácio, para além das peças de artilharia e dos tectos magnificamente decorados, podemos admirar estes espectaculares vitrais.



Santa Maria foi a última catedral gótica construída em Espanha. Começou a ser edificada em 1525 e foi consagrada em 1768. Tem uma altura máxima de 33 metros na nave central e possui 18 capelas.
Na foto podemos ver parte das muralhas de Segóvia que já existiam quando Afonso VI de Castela a conquistou aos Árabes. Têm uma extensão de 3 km é composta por 80 torres.



O Alcázar visto deste ângulo faz-nos lembrar um castelo de um conto de fadas com as suas torres com os telhados em cone.



Apesar de Segóvia não ser uma grande cidade (quando comparada com outras grandes cidades espanholas), é riquíssima em património histórico e cultural e vale bem o esforço de uma visita.



Este dia de Inverno começou com Sol, depois vieram alguns chuviscos, mas o fim da tarde trouxe, de novo, o bom tempo.

sábado, 21 de novembro de 2009

Castelo de Coca


Nas férias do Carnaval de 2004, depois de termos estado em Trás-os-Montes, fomos fazer uma pequena incursão por terras de Castela e Leão. Após termos pernoitado em Valladolid, seguimos em direcção a Segóvia. Mas, antes, passamos pelo "ayuntamiento" de Coca, com o intuito de visitar o espectacular castelo, considerado um dos melhores exemplares do gótico-mudéjar espanhol.


A fortaleza foi construida entre 1464 e 1473, sob as ordens do mestre Alí Caro.
 Vimos, pela primeira vez, uma foto do castelo num guia de viagem sobre Espanha e ficámos, desde logo, com a vontade de o visitar logo que fosse possível.


Infelizmente, à hora que chegámos, o castelo estava encerrado para almoço. E porque queríamos também ter tempo para visitar Segóvia nesse dia, acabámos por ver a estrutura só de fora.


É impressionante o fosso que rodeia todo o perímetro do castelo, sendo uma forma de suprir o facto dele não estar assente sobre uma zona elevada.


Em Coca, apesar de ser um pueblo relativamente pequeno, existem outros motivos de interesse para além do castelo. Por exemplo, estas figuras zoomórficas pré-romanas, que representam animais ruminantes.


Também podemos ver a Igreja de San Nicolás, que data pelo menos do século XIII, e da qual só já resta a torre.

Nesse dia de Fevereiro, o tempo estava instável e ameaçava chuviscos. O que, de facto, veio a acontecer.


Aspecto da extensa planura de Castela, vista dos arredores de Coca, com a Sierra de Guadarrama ao fundo, com neve nas partes mais altas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sesimbra - castelo e porto

Num dos Domingos quentes de Outubro, aproveitámos para ir a Sesimbra para almoçar num dos muitos restaurantes que servem óptimos peixes grelhados. De Lisboa a esta vila peculiar são pouco mais de vinte minutos, pelo que, antes do repasto, resolvemos visitar o castelo medieval construido sobre uma colina sobranceira ao mar.
O castelo é constituido por uma muralha exterior que cerca todo o perímetro da antiga povoação e pela alcáçova onde moravam os nobres. Todo o espaço está muito bem arranjado e tratado. É pena não se verem mais visitantes. Não fossem os convivas de um casamento e não se via vivalma.
À tarde, e com o calor a apertar, visitàmos a zona portuária. Apesar de já termos estado muitas vezes em Sesimbra, nunca tinhamos estado no porto. Este foi uma agradável supresa.
Para começar é enorme. Depois, é interessante ver um porto de pesca ainda meio artesanal a funcionar.
Vale a pena visitar Sesimbra, apesar de um ou outro "mamarracho" que os nossos ilustres construtores empreiteiros cá da terra se encarregam de edificar.



Entrada da Alcáçova medieval. O castelo de Sesimbra foi muito importante na reconquista cristã e na defesa do território no fim do século XII e princípio do século XIII.


A torre de Menagem da Alcáçova, com a Serra da Arrábida ao fundo à direita. Nesta torre encontra-se uma interessante exposição gráfica explicativa da história do castelo.


A vila de Sesimbra vista do castelo. Apesar das feiosas construções modernas, esta terra é muito peculiar, e a enseada natural que dá origem ao porto é muito bonita.


O recinto interior da Alcáçova com uma torre de vigia. Dentro deste espaço havia várias casas, das quais só já restam os alicerces.


A Igreja de Nossa Senhora do Castelo, erguida em 1160, e que não pudemos visitar porque estava a celebrar-se um casamento.


Vista parcial da praia de Sesimbra com o Forte da Marinha à esqerda. Ao fundo ficam as falésias dos contrafortes da Arrábida. É a primeira vez que vejo tanta gente numa praia do continente em pleno mês de Outubro.


Existe um dique de protecção do porto, seguramente com mais de um quilómetro de extensão. Este gato é um dos muitos habitantes felinos que por lá andam. E tudo graça aos pescadores que os alimentam.


O porto de pesca com os típicos barcos coloridos e com o castelo no cima da colina ao fundo.


Outra perspectiva do porto de pesca. Gostamos de ver as águas relativamente limpas e transparentes do porto.


Com a maré a descer, a beira-mar torna-se um manancial para uma quantidade enorme de gaivotas.


Desta vez fizemos uso da nossa teleobjectiva para apanhar as gaivotas mais de perto.


As gaivotas não são todas brancas.


Sabe bem estar dentro de água.


E apanhar uns banhos de Sol também...


Panorâmica do porto recreativo do Clube Naútico de Sesimbra.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Tapada Nacional de Mafra

A tarde do último Domingo foi passada na Tapada Nacional de Mafra.
São mais de mil hectares de floresta a pouco mais de 40 km de Lisboa. Uma autêntica zona verde livre de construções, numa região onde  os índices de construção estão a aumentar a um ritmo frenético.
Mas, ao contrário de muitas florestas, além da vida vegetal, abunda a vida animal e, mais importante, em liberdade!

Nunca tinhamos estado num sítio (sem ser em jardins zoológicos ou afins) em que víssemos tanto gamos a passearem-se à vontade. Para além destes cervídeos, também há javalis e outros mamíferos mais pequenos como genetas e saca-rabos. Os veados estão em cercados. Há também um exemplar de lobo ibérico, já com 13 anos, num cercado só para ele. Veio do Centro de Recuperação do Lobo da Malveira, que fica ao lado da Tapada.

Há vários percursos que se podem fazer a pé. No entanto, a maneira mais expedita para ficar a conhecer a Tapada é seguir no "comboio" articulado. A viagem demora cerca de 2 horas. Normalmente há um de manhã  e outro à tarde, todos os dias. O bilhete não é barato (10 euros por pessoa), mas vale a pena. Há duas paragens. Na primeira ficamos a conhecer exemplares de carros de tracção animal - carruagens e coisas parecidas.
Na segunda, que fica num ponto elevado da Tapada, podemos visitar o museu da Tojeira onde observamos alguns animais mumificados que habitam por aquelas bandas. Também podemos ver casais de genetas e saca-rabos (foto abaixo) num pequeno espaço, pois são animais mais difíceis de ver em liberdade.
A Tapada tem um muro (daí o nome) com 21 km de comprimento em todo o perímetro. Sofreu um grande incêndio em 2003 que reduziu a cinzas uma boa parte da floresta. No entanto, os responsáveis procederam a uma recuperação dos estragados. Já foram reflorestados mais de 400 hectares. Sobreiros, carvalhos, carrascos, plátanos, pinheiros mansos, são espécies benvindas. Os eucaliptos têm os dias contados.

Cerca de trezentos hectares estão vedados ao público, pois são para uso militar. Deve ser onde as tropas brincam aos soldados. Os outros oitocoentos e tal estão dividos em duas zonas.
A Tapada é atravessada por uma ribeira que só tem água corrente em tempo de chuvas. Há , pois uma diferença na vegetação dessa zona, em relação aos sítios mais elevados, onde é mais sêca



Existem mais de trezentos gamos em liberdade. Para controlar a população dentro de limites aceitáveis, até porque não existem predadores naturais, é practicada caça selectiva, sob o controlo rigoroso dos guardas da Tapada. Normalmente, são abatidos os animais mais fracos.

As hastes dos gamos demoram cerca de 4 meses a crescer. A sua robustez depende de vários factores, entre os quais, o cálcio ingerido. Umas hastes defeituosas significam que o macho nunca conseguirá acasalar. Em geral, estes animais são seleccionados para serem caçados.
Em vários pontos do parque existem comedouros onde os animais também se alimentam, de forma a colmatar escassez de comida em determinadas alturas do ano. Nalguns sítios, são acrescentados suplementos de cálcio.

 
A Tapada nesta altura do ano é lindíssima. As cores das folhas das árvores, o barulho dos pássaros, a vida animal, parece que recuàmos 300, 400 ou 700 anos. Parece que regressàmos á Idade Média. A Tapada faz-nos lembrar os filmes do Robin dos Bosques na floresta de Sherwood, tipo estou com fome, vou ali caçar um veado ou um javali e já volto.
 
A Tapada foi mandada construir no século dezoito pelo rei D. João V para seu usufruto pessoal. Parece que não teve tempo para a usar muito tempo. Um dos nossos reis que se fartou de andar por lá  foi o D. Carlos I. Em cima podemos ver uma foto de um chalé do tempo dele. Parece que o homem gostava bastante daquilo. Sobretudo de caçar, mas sentado. Existem umas estruturas em pedra onde o Rei se sentava com a espingarda. Os criados tinham o trabalho de espantar a caça em direcção ao Rei e este só precisava de apontar e disparar. A floresta da Tapada servia também como fornecedora de lenha e cal que era fabricada lá.

Na foto acima, temos a mascote da Tapada que é uma javalina com 17 anos de idade e que ainda agora teve mais uma ninhada de pequenos javalis. Este ano há muita bolota, pelo que os javalis são mais difíceis de observar. Mas esta sénior não tem qualquer medo e está mais interessada em comer. Aliás, ém impressionante a forma como estes bichos usam o focinho.
 
Recomendamos vivamente uma visita à Tapada. É fácil chegar lá, seja a partir de Mafra, seja a partir de Torres Vedras. Gradil é a povoação mais próxima. Mais informações no site oficial http://www.tapadademafra.pt/.
Para terminar o dia, pudémos assistir a mais um magnífico por-do-Sol deste Outubro anormalmente quente.